Acordei cedo, lavei os dentes com os olhos ainda fechados. A luz do sol entrava com força pela janela da cobertura.
Desci, ainda zonzo e tirei o meu café. Procurei os meus óculos de sol e enfrentei o dia.
Cá fora, estava um dia simpático. Sentei-me com os pés descalços na relva e senti o verde que me rodopiava.
Não tenho saído de casa, desde que cheguei que não faço nada muito longe, que não estou com muitas pessoas nem em sítios expostos. Tenho sentido tudo como se fossem os últimos dias.
Ando às voltas com trabalho, pintar paredes, mudar cores, modificar espaços e tudo sem uma explicação aparentemente óbvia. Na verdade faço-o por descarga de consciência.
Há muitas pessoas que ainda não falei desde que cheguei, outras que estiveram para me receber, mas que nem assim tiveram a atenção merecida.
Estou entre cá e lá. Estou prestes a ir, e para ficar.
E se isto é para mim a concretização dum sonho, por outro lado marca-me assustadoramente.
Ao contrário de muitos da minha idade não tenho grandes conquistas físicas, mas sinto que construí qualquer coisa, nem que seja o que me transmite conforto e estabilidade. E é uma forma de me despedir de tudo, aproveitar cada segundo de mim. Fechar-me neste mundinho tão meu.
Não tenho paciência para pessoas nem conversas, não quero nem admito ver gente feia, atitudes inoportunas…
Viajo momentaneamente por sítios que desconheço, mas que até então foram os idealizados.
Tenho medo.
Tenho que comprar tudo. (E isto pode até parecer simpático) Mas nunca comprei um corta-unhas, ou um talher, já para não falar de coisas como máquina de lavar roupa, ou o próprio detergente.
Vou estar sozinho.
E não me tinha apercebido que o preço a pagar seria tão caro.
Note-se que este diálogo não é pejorativo, apenas assusta-me o facto de deixar tantas coisas que até então eram a minha vida.
E vou para ficar. E ficar implica não estar, que por sua vez afasta, perde-se.
E é agora que tenho que pensar assim, porque quando lá estiver tudo será novo, tudo será estímulo, tudo fará um novo sentido.
É noite e o dia passou.
Estou sentado onde esta mesma manhã bebi o meu café. Corre uma ligeira brisa e a acompanhar a água que escorre na piscina toca Yann Tiersen.
Brevemente estarei agasalhado num pequeno T1 por mobilar.
Desci, ainda zonzo e tirei o meu café. Procurei os meus óculos de sol e enfrentei o dia.
Cá fora, estava um dia simpático. Sentei-me com os pés descalços na relva e senti o verde que me rodopiava.
Não tenho saído de casa, desde que cheguei que não faço nada muito longe, que não estou com muitas pessoas nem em sítios expostos. Tenho sentido tudo como se fossem os últimos dias.
Ando às voltas com trabalho, pintar paredes, mudar cores, modificar espaços e tudo sem uma explicação aparentemente óbvia. Na verdade faço-o por descarga de consciência.
Há muitas pessoas que ainda não falei desde que cheguei, outras que estiveram para me receber, mas que nem assim tiveram a atenção merecida.
Estou entre cá e lá. Estou prestes a ir, e para ficar.
E se isto é para mim a concretização dum sonho, por outro lado marca-me assustadoramente.
Ao contrário de muitos da minha idade não tenho grandes conquistas físicas, mas sinto que construí qualquer coisa, nem que seja o que me transmite conforto e estabilidade. E é uma forma de me despedir de tudo, aproveitar cada segundo de mim. Fechar-me neste mundinho tão meu.
Não tenho paciência para pessoas nem conversas, não quero nem admito ver gente feia, atitudes inoportunas…
Viajo momentaneamente por sítios que desconheço, mas que até então foram os idealizados.
Tenho medo.
Tenho que comprar tudo. (E isto pode até parecer simpático) Mas nunca comprei um corta-unhas, ou um talher, já para não falar de coisas como máquina de lavar roupa, ou o próprio detergente.
Vou estar sozinho.
E não me tinha apercebido que o preço a pagar seria tão caro.
Note-se que este diálogo não é pejorativo, apenas assusta-me o facto de deixar tantas coisas que até então eram a minha vida.
E vou para ficar. E ficar implica não estar, que por sua vez afasta, perde-se.
E é agora que tenho que pensar assim, porque quando lá estiver tudo será novo, tudo será estímulo, tudo fará um novo sentido.
É noite e o dia passou.
Estou sentado onde esta mesma manhã bebi o meu café. Corre uma ligeira brisa e a acompanhar a água que escorre na piscina toca Yann Tiersen.
Brevemente estarei agasalhado num pequeno T1 por mobilar.
2 comments:
tb quero uma casa pra mim :)
Meu irmão esqueces-te que vais mas não estás sozinho. Eu vou estar sempre contigo, pelo menos em pensamento, a torcer por ti e pelo teu sonho. Admiro essa tua coragem e determinação. Porque mesmo com receio da nova vida que vais encontrar, não hesitas 1 segundo sequer na ideia de ires.
Sabes que tens o meu apoio... tens os horizontes alargados e este país é demasiado pequeno e feio para ti.
Tenho a certeza que tudo vai dar certo... afinal és um grande artista e Paris é a mãe de todos eles!
Beijo grande**
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