É um sítio escuro, as paredes estão húmidas e sinto o corpo gelado. Ao mesmo tempo que tento perceber onde estou tenho flashes de situações, pessoas e sentimentos quentes.
É um frio molhado, o meu cabelo pinga e tenho os pés ensopados.
O meu quarto era num sótão, tinha soalho e tecto de madeira. Pela manhã o sol despertava-me. Era acolhedor… e os meus sonhos, os meus sonhos. Sonhava com cores limpas. A minha cama era o suporte de tudo, a entrada para esse mundo que me alimentava à noite e me tornava crente do dia.
Não sei para onde me dirigir, se me hei-de manter calado se grito para que me oiçam. Dói-me o nariz e os dedos das mãos, estão gelados.
Acordei a sorrir, levantei-me e o dia foi muito mais simples, tudo tocava a melodia certa, as cores eram as exactas. Acordei a sorrir.
Estou cansado, não consigo manter o equilíbrio e confesso que o frio e o escuro já não me apavoram. Apenas não consigo mais, estou a perder as forças. Deixo-me cair lentamente até perceber o chão de rocha fria e molhada.
Aquelas noites frias junto à lareira – “Dário sai de cima da lareira, vais ficar doente”. Aquelas noites e aquele calor com um cheiro tão característico, com um cheiro tão confortante.
Já não sinto as pernas, gelaram, não sinto a cintura, não sinto nada, oiço vozes que nem consigo perceber se são fruto da minha imaginação ou se na verdade alguém me fala. Oiço vozes que dizem “Acredito em ti”, “És capaz”, “És especial”. Oiço vozes.
E aqueles dias febris em que me ias buscar uma toalha molhada e colocava-la docemente na minha testa. Aqueles dias febris em que assumia a minha fragilidade e me aconchegavas nos teus braços. O teu sorriso.
As vozes estão cada vez mais longe, oiço pouco, oiço pouco…estão cada vez mais longe.
Aqueles dias passados longe com ecos eternos calados numa chegada, naquele abraço.
Vou adormecer, talvez quando abra os olhos seja a tua mão a despertar-me.
É um frio molhado, o meu cabelo pinga e tenho os pés ensopados.
O meu quarto era num sótão, tinha soalho e tecto de madeira. Pela manhã o sol despertava-me. Era acolhedor… e os meus sonhos, os meus sonhos. Sonhava com cores limpas. A minha cama era o suporte de tudo, a entrada para esse mundo que me alimentava à noite e me tornava crente do dia.
Não sei para onde me dirigir, se me hei-de manter calado se grito para que me oiçam. Dói-me o nariz e os dedos das mãos, estão gelados.
Acordei a sorrir, levantei-me e o dia foi muito mais simples, tudo tocava a melodia certa, as cores eram as exactas. Acordei a sorrir.
Estou cansado, não consigo manter o equilíbrio e confesso que o frio e o escuro já não me apavoram. Apenas não consigo mais, estou a perder as forças. Deixo-me cair lentamente até perceber o chão de rocha fria e molhada.
Aquelas noites frias junto à lareira – “Dário sai de cima da lareira, vais ficar doente”. Aquelas noites e aquele calor com um cheiro tão característico, com um cheiro tão confortante.
Já não sinto as pernas, gelaram, não sinto a cintura, não sinto nada, oiço vozes que nem consigo perceber se são fruto da minha imaginação ou se na verdade alguém me fala. Oiço vozes que dizem “Acredito em ti”, “És capaz”, “És especial”. Oiço vozes.
E aqueles dias febris em que me ias buscar uma toalha molhada e colocava-la docemente na minha testa. Aqueles dias febris em que assumia a minha fragilidade e me aconchegavas nos teus braços. O teu sorriso.
As vozes estão cada vez mais longe, oiço pouco, oiço pouco…estão cada vez mais longe.
Aqueles dias passados longe com ecos eternos calados numa chegada, naquele abraço.
Vou adormecer, talvez quando abra os olhos seja a tua mão a despertar-me.
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