Monday, November 24, 2008

Acto vigésimo - Au revoir 24|11

E a neve pode cair numa dança apaziguante.
E as luzes cintilantes marcarem o ritmo certo.
Até as folhas em tons dourados podem cobrir as calçadas para me verem passar.
Pode o mundo viver a meu favor.
Podem nascer e morrer todos os seres a berrarem por aprovação.
E sorrirem-me sendo único.
Podem pintar o céu das cores mais sinceras.
Relativar o ciclo em vozes supremas.
E morderem-se por mim.
Podem chorar e dar gargalhadas.
Podem chamar-me a cada segundo numa melodia ensurdecedora.
Criar e criar e vomitar a pleura num extenuante frenesim.
Podem sentir-me sem que esteja.
Podem até fingir que não existo.
Podem percorrer estradas calcetadas de joelhos.
E rezar, rezar todos os dias.
Posso estar embriagado e fingir que não vos pertenço.
Podem marcar isso em mim.
Que se incriminem os que nunca pecaram.
Sejam mortos os outros tantos que se têm como imunes.

Desculpa.

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