Não sei viver. Não sei como se faz.
Havia escrito palavras e palavras, metáforas de sonhos e cantinhos idílicos ao som de notas calmas, em harmonia com tudo. O respirar era leve e cada pormenor talhado duma simplicidade purista onde cada traço era o reflexo dum projecto, dum amor, duma família.
Não sei viver com isto. Não sei como se faz.
Havia tornado tudo claro e objectivo, as metáforas eram claras e podiam ser facilmente desvendadas por uma realidade que dependia apenas da clara obediência da minha dedicação. Os atentos, esses, marcaram a minha ausência. De mim.
Não sei viver agora. Não sei como se faz.
Havia completado os 26. Era verão. E tudo morre. Foi um acidente, um acidente. Queira eu conseguir acordar, seria em vão. Que crime tão fugaz (acompanhado duma grande gargalhada ininterrupta e doentia).
Não sei viver desta forma. Não sei como se faz.
Havia chegado ao reconhecimento, à realização e à consistência da crença. Era senhor crescido e capaz, mais capaz do que alguma vez havia sonhado, mais capaz. Capaz de acreditar ainda mais.
Não sei viver assim. Não sei viver mais.
Havia sido artista, arquitecto, escritor, dançarino e actor. Havia sido atento, consciente e desajeitado. Havia sido criador, cronista e alegre. Havia sido diferente e especial. Havia sido sonhador.
Não sei mais saber querer viver, desculpem.
Havia escrito palavras e palavras, metáforas de sonhos e cantinhos idílicos ao som de notas calmas, em harmonia com tudo. O respirar era leve e cada pormenor talhado duma simplicidade purista onde cada traço era o reflexo dum projecto, dum amor, duma família.
Não sei viver com isto. Não sei como se faz.
Havia tornado tudo claro e objectivo, as metáforas eram claras e podiam ser facilmente desvendadas por uma realidade que dependia apenas da clara obediência da minha dedicação. Os atentos, esses, marcaram a minha ausência. De mim.
Não sei viver agora. Não sei como se faz.
Havia completado os 26. Era verão. E tudo morre. Foi um acidente, um acidente. Queira eu conseguir acordar, seria em vão. Que crime tão fugaz (acompanhado duma grande gargalhada ininterrupta e doentia).
Não sei viver desta forma. Não sei como se faz.
Havia chegado ao reconhecimento, à realização e à consistência da crença. Era senhor crescido e capaz, mais capaz do que alguma vez havia sonhado, mais capaz. Capaz de acreditar ainda mais.
Não sei viver assim. Não sei viver mais.
Havia sido artista, arquitecto, escritor, dançarino e actor. Havia sido atento, consciente e desajeitado. Havia sido criador, cronista e alegre. Havia sido diferente e especial. Havia sido sonhador.
Não sei mais saber querer viver, desculpem.
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