
"Era uma vez….
Num planeta distante, uma cidade longínqua entre a lua e a terra cuja existência era desconhecida pelos Humanos!
Num planeta distante, uma cidade longínqua entre a lua e a terra cuja existência era desconhecida pelos Humanos!
Era um planeta mágico, chamado Atiom que vivia alimentando-se do luar…Em noites de lua cheia celebrava-se sempre uma grande festa, na Cidade do Nada!
Nessa cidade existia um príncipe, o Principie do Nada. Chamavam-lhe Príncipe do Nada porque ele criava tudo do nada, do vazio...
Vestia-se sempre de preto, desaparecendo na escuridão da noite, alcançando a invisibilidade aos olhos do povo, tornando-se inalcançável e intocável. Quando queria ser visto, virava a sua capa negra para o lado branco e brilhava como uma estrela, reflectindo o poder da lua, ofuscando os que para ele olhavam de frente.
O principie do Nada era dócil e sensível, mas todos o temiam pela sua postura e misticismo, respeitando-o como tal.
Vivia sozinho, num vazio minimal, no Palácio cheio de Nada, em que quando precisava de algo, agarrava num pincel desenhava, e as coisas ganhavam vida. Era ele que criava os seres e objectos do planeta Atiom.
Numa noite de lua cheia, em Atiom , começavam os preparativos para a Festa da contemplação da Lua Cheia. As ruas do Reino do Nada estavam agitadas, como nunca. Cheias de pessoas desconhecidas vindas de outros reinos próximos que interagiam como se conhecessem há anos. Pois na terra do Nada o luar é mais forte e intenso, visto que os seus raios incidiam sobre o Palácio Branco do Nada, reflectindo toda a energia sobre os que o rodeavam. Todas as Festas da Lua Cheia; a Lua enviava um feitiço sobre o povo do Nada.
Nessa noite, O Príncipe do Nada sentia-se triste, sozinho e incompreendido pois todos olhavam para ele como um Deus criador, inalcançável e distante. Amavam-no pela sua mística mas não pelo que era…sentia-se só, no meio de tanta azáfama.
Chegou ao seu Palácio cansado, quando se ia deitar, tropeçou e derramou acidentalmente uma lata de tinta sobre o chão fazendo um borrão “marron”…subitamente, desse borrão, como todas as coisas que o Príncipe pintava, do nada, começou a mexer-se e a ganhar forma, vida …para maior espanto do Príncipe! Daquele borrão acidental, havia nascido uma Bonequinha de Chocolate! O Príncipe estranhou ter nascido algo, sem que tivesse uma intenção, um propósito. E pela primeira vez, sentiu que algo de novo se iria passar no Reino do Nada!
A boneca de chocolate mexia-se e cantarolava uma melodia harmoniosa nunca antes ouvida em Atiom.. O Príncipe do Nada observava o nascimento da Boneca com espanto e encanto! Sentia que uma estranha energia o invadia através da sua voz e dos sons que proferia… parecia compreende-los todos, apesar de nada quererem dizer!
A Boneca de Chocolate, tinha caracóis e olhos redondos como a lua, dirigia-se lentamente ao Príncipe que andava igualmente na sua direcção com curiosidade neste ser, fruto do acaso e nascido igualmente do Nada, sem razão. Uma estranha cumplicidade se estabelecia entre o Príncipe e a Boneca, reviam-se como num espelho, atraindo-se mutuamente, como se de um imane se tratasse.
A Boneca chegou-se perto do príncipe olhou-o nos olhos e sussurrou: “Do nada te digo: Não temas questionar-te …porque a vida não é uma resposta, mas sim uma pergunta! A solidão é a bênção de um criador, contempla-a!” sorriu e beijou-o! Pela primeira vez o príncipe do nada conhecera o sabor do chocolate, doce e terno.
Sentia-se inebriado por um estranho turbilhão de emoções uivava como um lobo, iluminado pela lua, tamanha era a energia e intensidade do beijo sabor e palavras da Boneca de Chocolate! Nunca no Reino do nada, o acaso, o acidental, o inesperado fizera tanto sentido…
Lá fora os raios do luar reflectiam no palácio, atingindo o povo. Todos se beijam de paixão, amor ternura e carinho, uma simbiose geral nasce na terra do Nada! Desta vez a lua enviava um Feitiço de Amor, nunca dantes vivido na terra do Nada com tamanha intensidade!
Após o beijo da Boneca de Chocolate, o Príncipe do Nada adormece agarrado a ela, mas o seu calor era tanto que ela derreteu…
No dia seguinte o príncipe acordou, e ela era um borrão novamente …apenas sobravam mensagens e memórias de uma noite de luar e um doce sabor a chocolate!
A partir desse dia a festa da Lua Cheia na Terra do Nada começou a ser celebrada com um enorme Bolo de Chocolate, mas por mais latas de tinta que o Príncipe derrama-se a Boneca de Chocolate, nunca mais voltou a aparecer, Veio do Nada e Foi do Nada, e só assim faz sentido…"
Princesa de Chocolate
Inevítavel não publicar. Nunca alguém descreveu tao sentimentalmente o que foi a estória. E que estória encantada esta!
Falar a mesma língua, sentir com alma, viver com os prórios olhos... És linda e gosto de ti pelo conjunto, cada parte mais bela que a outra. :)
4 comments:
Espectacular! Eu arriscaria até dizer que a surpresa do principe do nada e a espectativa se pode comprar quando Jack (nightmare before christmas/o estranho mundo de jack) descobre a cidade do natal. Um turbilhão de emoções, como bem descreveste, que apenas ele compreende, confuso, perturbado mas fascinado! Tenta também desesperadamente reproduzir o Natal, mas em vão e com consequências muito desastrosas. Digamos que esta princesa de chocolate está embrulhada em papel de ceda cor de rosa.
gostei desta lufada de ar fresco no teu blog morizito! Finalmente cor...finalmente chocolate:P
beijo grande
adorei...MESMO!!!
És o Principe do Nada!:)
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