Esta noite sonhei contigo. Entrávamos para o avião com destino a Cabo Verde. Tive um ataque de pânico quando levantou voo. Discretamente agarraste-me a mão e senti segurança, conforto.
Moramos num pequeno apartamento no centro da cidade de Lisboa. Comprei sushi no super mercado, não tinha muito dinheiro mas queria fazer-te uma surpresa quando chegasses a casa. Para sobremesa escolhi fondeu de chocolate com morangos.
O tempo está frio.
Deixo o sushi no frigorifico e preparo a mesa antes de chegares. Está bonita.
Ligo a aparelhagem com o som baixinho em tom de Jazz.
A chuva lá fora é forte.
Sinto o barulho das chaves a abrirem a porta. Dirijo-me até lá para te receber. Estás a pingar. Beijas-me com um sorriso e ajudo-te a tirar o casaco. Vamos até à casa de banho e preparo um banho quente, enquanto te despes. Entras e fico atento ao teu corpo arrepiado. Estou sentado no chão com a toalha no colo, está tudo embaciado. A casa é antiga, não temos janela na casa de banho. Contas-me o teu dia, enquanto atento aprecio cada forma dos teus movimentos. Vou emitindo sons, como sinal de uma atenção desfocada.
Acabas de tomar o teu banho e pedes me a toalha. Estou nu com a toalha na mão. Sorris, agarras-mo no braço e puxas-me para dentro da banheira. Voltas a abrir o chuveiro porque estou frio, deitas água quente sobre o meu corpo. Beijas-me novamente e estás atento à minha respiração. Percorres cada parte do meu corpo pálido do inverno. Fazemos amor.
Quando terminamos percebo que só existe uma toalha ao nosso alcance e depois de te enxugar a cara envolvo-te e a mim nela.
Vestimos roupa quente e vamos para a cozinha onde te surpreendo com o sushi. Preferes comer no chão da sala, em cima do tapete felpudo.
Enquanto comemos, falamos do nosso dia. A televisão está ligada e sem som, está a passar um qualquer filme romântico dos anos 50. A música que se ouve é o repeat que deixei programado antes de chegares, mantém-se o Jazz.
Pego num livro que deixaste em cima da mesa, o tal que precisas ler e fazer uma crítica até amanhã. Estás a meio. Leio-te em voz alta. Estás deitado com a cabeça no meu colo e escutas-me atento.
Acabo e vou tratar do fondeu enquanto entusiasmado despachas a critica com alguma brevidade.
Trago os morangos e o chocolate já quente.
Aguardo uns minutos, estás a terminar.
Agarras num morango, molhas no chocolate e degustas com muito prazer. Vejo na tua cara, a expressão malandra que te caracteriza. Agarras outro morango, voltas a passar pelo chocolate e sujas-me a cara, soltando uma gargalhada. Retorqui da mesma forma.Fazemos novamente amor depois de lambermos mutuamente o chocolate que nos marca riscos na face. Foi forte, foi lindo.
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