
Lembro uma noite em que estávamos exactamente na mesma praça, era noite e as cadeiras estavam todas ocupadas. Havia luzes por toda a parte, balões coloridos extenuados pela força da gravidade e o palco ao fundo. No ar sentia-se o cheiro tão característico de festas populares – a farturas, pipocas e algodão doce. Jantávamos e o tema da conversa era a tua terra, que defendias ser outra que não a do teu nascimento. Tenho a sensação de teres falado de possíveis familiares ali. As cadeiras eram de ferro e as mesas também, havia muita gente. A noite agradável, de Verão.
Neste mesmo sítio, passados alguns anos, encontro-me com outras duas pessoas que sentem a tua falta. Falam de ti e os olhos espelham a saudade. As lágrimas o sentimento.
Difícil contornar a situação e deixo-me envolver na emoção. Éramos três, os que mais sentem a falta do toque, do cheiro, de ti.
Saudades de não trazer o passado guardado na algibeira.
Estou exactamente no mesmo sítio, o dia invadiu-o de forma brusca, eu cresci e tu não estás mais.
Saudades.
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:)
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