Não sofro de depressão pós fim de pseudo-relação.
Não sofro por nada em concreto.
Não sofro sequer.
Ausência não tem um nome, é por si só um estado de não presente. A vontade de não estar, a sensação de que a presença não será apropriada, agradável.
Ausência não tem um propósito, esta ausência é um estado de alma. Não é cedente de cobranças, é apenas um não estar.
Ausência não é sinónimo de desinteresse, esta ausência é precisa.
Não abono a conversas corriqueiras, quero a ausência dos sons.
Não cobro o interesse de outrém pela minha ausência, prefiro sentir o silêncio.
Não abandono ninguém, se me ausento.
Quero estar comigo próprio, sinto ciúmes da minha relação com o mundo.
Estou carente dos meus próprios mimos.
Quero um espaço branco, sem som, vazio.
Quero ser mudo, surdo, cego e insalubre nesta ausência.
Quero relativar os factos e sentir a essência de mim, no que estou, para o que vim, para onde vou!
Quero me encontrar num canto onde não existe espaço para mais ninguém.
Ser egoísta na constatação da necessidade intrínseca do meu próprio “eu”. Quero estar ausente porque sim.
PORQUE SIM.
1 comment:
Temos que nos perder para nos voltarmos a encontrar!
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