Tuesday, August 07, 2007

Morcão vs Mouro 8|8

“E então Gonçalo Nuno de quem é este castelo?”

É indispensável a ausência de texto nestas fases introspectivas em que tudo se foca num único ponto, o que nutro por ti.
São momentos meus, que tento a todo o custo perceber para que fiquem totalmente resolvidos.
Todas as palavras que escrevo, em confronto, são alvo desses pensamentos. Preferi então marcar essa ausência, numa presença platónica que ganhaste na minha vida.
Estes últimos dias suscitam em mim numa mudança efectiva, percebi que a realidade de um nunca será a realidade de dois. O que por outro lado reforça a noção sensível da necessidade de amar e a minha capacidade para tal.
A família esteve ausente, eu presente num espaço que estranhamente se tornou solitário e silencioso.
Juntei amigos durante vários dias seguidos, passamos momentos anestesiados por estados líquidos e partilhamos intimidades. Estranhamente tudo se desenrolou da melhor forma.
Neste último fim de semana fui para o Gerês e com a minha chegada mais uma advertência da realidade. A constatação do que é a vivência do verde convicto que engole caminhos talhados por cascos. Só conhecem o que aos seus olhos é muito, o que me remete a uma infância ambiciosa. Lembro sonhos inocentes, sinto que já os realizei, e consequentemente são nulos na ocupação de outros que os fazem cair no esquecimento.
Quem será mais feliz? Eu rodeado de informação que me invade a todo o momento e me deixa confuso, ou estas pessoas que julgam saber tudo numa vida simples e feliz?
A verdade é que não há volta nesta constatação. Perdi a inocência.
Durante a viagem atingi durante breves milésimos de segundos a verdade de mim, mas da mesma forma que surge se desvanece, num ápice. É preciso pelo que nos é oculto (ou não) esta ausência de totalidade.
Vou voltar com a convicção habitual de quem sou e o que quero para mim. Sinto orgulho no que conquistei até hoje, sinto que o que me moveu até aqui é o mais importante e é isso que me faz continuar a sonhar. Acredito em mim.

5 comments:

Anonymous said...

e eu estou mt orgulhoso do k tu és e sempre foste até hoje e até sempre :)

alexandre said...

Eu n acredito q não falaste do DJ Cagão!!!!

jokes said...

li todo o texto com a devida atenção, e perceber cada frase que escreves mas de facto é perfeito.
e de facto concordo em pleno com algumas coisas que dizes e descreves, parabéns.

Anonymous said...

Nesse castelo em que te enclausuras-te, todas as cores da vida estão ameaçadas pela sombra do medo. A inocência dos sentimentos, essa, enterraste-a debaixo da pedra que é a consciência da tua racionalidade. E continua a ser a angústia da procura extenuante de sonhos que a realidade ainda não agarrou, que te faz estar lá também, debaixo dessa pedra, nesse mundo tão teu.

E termino como começaste... é dispensável a existência de introspecções nas frases simples com que sonhas compor a história da tua vida.

"O castelo?! Basta quereres, e é teu!"

!:)!

Musicology said...

Acreditar em nós é uma das maiores virtudes que podemos ter!