Tuesday, February 19, 2008

É assim que te sinto 20|1

“Está um dia de sol, acordo cedo e saio atarefado.
Está um dia de sol com cheiros limpos duma noite devidamente orvalhada. Acordei em lençóis brancos com os primeiros raios da manhã.
Vou ter um dia cheio mas estou cheio de força e vontade de me dedicar com toda a minha convicção.
Saio e respiro fundo.
Sei que este dia tem tons particulares que trazes até mim.
E depois dum dia comprido e bem conseguido...
Os lençóis brancos, a vontade de acordar, o encarar o dia, o cheiro a limpo, o embasbacado quando me abres a porta depois de teres esperado ansiosamente para o fazeres, o meu entrar a medo, o toque trémulo e respeitoso, o toque.
Fazes pipocas e sentamo-nos no sofá, falas um pouco de tudo e de nada em concreto, vamos ver aquele filme que ansioso esperei para assistir contigo e que estranhamente nem o nome sei.
Sentas-te no sofá com a distância de quem a teme ultrapassar. Assistimos ao inicio do filme, olho pelo canto do olho para que não me perca em ti e sinto-te em sintonia.
O filme está a meio e mesmo que tente não vou conseguir agarrar o contexto.
Passas-me as pipocas e fixas esse olhar verde expressivo. Sinto aquele brilho que me fascina. E nisto apoio o recipiente das pipocas entre nós e quando na mesma sintonia com os lençóis brancos, os raios de sol e aquele ar fresco da manhã a tua mão sobre a minha entre as pipocas.
Aquele sentimento puro de ser um momento eterno, o conforto no teu beijo, a tua respiração, o teu cheiro e a sensação absoluta do completar dum vazio que ecoava na minha alma.
O sorriso.”