Thursday, October 16, 2008

Acto sexto - Au revoir 16|10

Dói muito,
Como dois punhos fortes que apertam cada vez mais convictos.
Dói estar longe, só dói, não pelo tempo mas pela intensão.
Dói estar entre tantos.
Dói ser tudo assim, sem panhinhos quentes. E se alguns pensam entender, enganam-se. Se outros pensam que por cá estar sou corajoso, estão igualmente equivocados.
Não sou corajoso, luto todos os dias para não pensar muito na minha volta. Embora inevitável. Sou um buraco escuro, vazio e assustador. Sou a consequência da minha intolerância, dos meus sonhos e dos meus amores.
Tudo se resolve com a passadeira vermelha. No sítio certo à hora exacta.
Dói, dói muito.
Dói não me acordares com um beijo quando adormeço no sofá extenuado de nervos.
Dói não vos ver crescer.
Dói não vos ouvir gritar como se a vossa vida fosse o inferno.
Dói não chorar.
Dói manter a classe no metro ou numa qualquer esplanada chique de Paris.
Dói ter que ser adulto e insistir nas estórias da infância.
Dói a cada instante criar alusões a momentos.
Dói muito.

1 comment:

Daniel said...

Numa manha como tantas outras, ouvi a minha professora falar:"...o dario é uma daquelas pessoas expeciais e nunca vai ser totalmente feliz". Sabes, para mim fazes parte de um pouquissimo grupo de pessoas, com uma sensibilidade enorme para as coisas, e para tudo aquilo q te rodeia. Nao tenhas saudades disto, tem "saudades" daquilo q ainda ha-de vir. Espero um dia, nao tao cedo, voltar a ter a referencia q sempre tive, de novo, aqui a meu lado, para poder ir buscar a força, onde sempre fui buscar.

abraço, adoro-te :)