Thursday, October 16, 2008

Acto sétimo - Au revoir 16|10

Derrepente sou uma máquina.
Uma máquina que procura incessantemente trabalho.
Uma máquina programada para determinado fim.
Sou imune a olhares ou a convenções mais doces.
Não sorrio.
Não me sinto maravilhado, nem tão pouco falo.
A programação é clara e obstinada.
Há que manter distinto tudo o que de mim quiseram formatar.
Está guardado num disco externo, para mais tarde recordar.
Sim, sou uma máquina.
Como a arquitectura do Corbusier, a casa como máquina de habitar, onde a casa é resposta às necessidades práticas. (E quem será aqui a máquina, a casa ou quem a vive?)
E até podia refutar, manifestar a revolta que me digno a desenvolver, mas sou uma máquina.
Estou por todo o lado, entre tanta gente, mas sozinho, sem ninguém.
Sou a máquina habitada sem música de fundo ou qualquer brilho no olhar.
Não me recordo do que fui para ser mais simples ser quem sou.
Sou uma máquina.

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