Friday, December 07, 2007

Chorei 8|12

Frequentemente tenho ouvido, desde alguns anos até à data, que sou uma pessoa com objectivos claros, definidos, uma pessoa convicta.
No fundo sou uma pessoa como todas as outras, não sou nem mais nem menos que alguém (seja quem for, faça o que fizer).
Todos os sentidos nos marcam como únicos mas existe a necessidade de pertencer-mos a um padrão, neste caso particular uma elite (seja isto bom ou mau).
Gosto de pessoas com personalidades fortes, com presenças fortes, mas que estas posturas tenham a marca de alguma sabedoria. No meu caso em particular, sinto que para conseguir esta convicção, este brio, esta vontade de querer mais e melhor passa exactamente pela questão experimental da coisa contrariando a parte elitista da mesma (se bem que isto nos toma num pacote completo).
Mas isto do se saber na perfeição o que se quer é ambíguo, um 8 ou um 80, não existe meio termo. Ou se quer realmente e se consegue, ou se vive frustrado com a incapacidade do inatingível (o meio termo seria viver conformado e isso para mim não existe).

A certa altura no dia de hoje percebi várias coisas:
Olhando para aquela* face marcada pela métrica social percebi que jamais terei uma postura idêntica, não me sujeito a horários, não pinto o mundo de negro, não deixo de viver e sentir que a cada segundo respiro.
Percebi que mesmo falando a mesma língua há coisas que não vale a pena serem ditas, porque 1cm3 de betão não enche nenhuma laje, logo a laje não é exequível.
Senti qual é o nome da pedra que me confunde, a ferida que tenho urgência em deixar de ignorar e fazer tudo para que seja cicatrizada.
Mas acima de tudo, senti que pessoa alguma me fará sentir menos bom em qualquer trabalho que desenvolva dentro do que acredito. Não viverei frustrado, desisto antes disso, morro. Não me sujeito a qualquer experiência subordinado ao que é generalizar, porque defendo acima de tudo a minha impressão digital como única e de valor.

Nasci com esta cor de pele, orgulho-me do que defendo e acredito, nos pormenores que me caracterizam, porque agregado a estes estão todos os momentos que me formam enquanto ser sensível.
Só tenho uma saída, a concretização e afirmação do meu grito interior.

4 comments:

César said...

tudo o que disseste é o mais importante. É nessa onda que deviamos apanhar.
Afirmarmo-nos como pessoas, seres humanos vulneráveis e lutadores pelo que acreditam.

Abraço

Anonymous said...

é dificil hoje em dia arranjar o meio termo para kk coisa...e eu k o diga...

Tânia Pato said...

sortudo de quem terá esse quadro :p
beijinhos

Musicology said...

E que ninguém nunca se atreva a calar esse grito!